Philosophus
A Grande Obra, para o Philosophus, é definida como “obter o controle das atrações e repulsões do meu próprio ser”.
Philosophus é um substantivo em latim que significa “filósofo”, do grego Philósophos, “um amante da sabedoria”, ou, por derivação, “filósofo”. Comentários de Liber 185 sobre o nome do grau:
Que ele se lembre de que a palavra Philosophus não é um termo em vão, mas que a Filosofia é o equilíbrio daquele que está na Casa de Vênus, que é a Senhora do Amor.
Admissão como Philosophus
Não há nenhum ritual de admissão aos Graus de Practicus, Philosophus ou Dominus Liminis. O avanço “é conferido por autoridade quando a tarefa do Practicus for cumprida” (Liber XIII). Os detalhes são dados em Liber 185, Livro E., par. 0, como segue:
Que qualquer Practicus seja apontado pela autoridade a proceder ao grau de Philosophus.
Que ele leia do princípio ao fim esta nota de sua função, e assine-a.
Que ele realize as adições necessárias a serem feitas ao seu robe de Practicus.
Que ele marque um encontro com o seu Philosophus ao prazer do último para a concessão do avanço.
O robe do Philosophus é idêntico ao do Practicus, porém com a adição de uma Cruz-do-Calvário de oito cores ao peito. (Não há, por enquanto, nenhuma insígnia no centro da cruz.) A cruz é implicitamente composta de seis quadrados de uma polegada, isto é, a barra vertical é de uma polegada de largura e quatro de altura, e a barra horizontal é de uma polegada de altura e três de largura. As oito cores vêm da intersecção pela metade da barra horizontal com a barra vertical. A partir da perspectiva de quem olha para a cruz, a barra superior (Ar) é amarela no lado direito e violeta à esquerda, a barra à esquerda (Fogo) é vermelho na parte superior e verde na inferior, a barra à direita (água) é laranja no topo e azul embaixo, e na barra inferior (Terra) é preta na esquerda e branco à direita.
(robe) | (cruz) |
Como no Grau de Practicus, o Philosophus é aconselhado pelo Liber 185 a não se arriscar, enquanto um membro deste Grau, a tentar retirar-se de sua associação com a Ordem. A intenção é que um aspirante, depois de ter saído do Pilar do Meio da Árvore da Vida (avançando para Practicus) persevere pelo menos até ao ponto de equilibrar-se novamente no Pilar do Meio, no Grau de Dominus Liminis.
Devoção
Philosophus. - É esperado completar seu treinamento moral. Ele é provado em Devoção à Ordem. (Uma Estrela à Vista).
Ele pratica Devoção à Ordem. (Liber XIII)
Ele deverá de todos os modos estabelecer controle perfeito de sua devoção de acordo com o conselho de seu Practicus, pois a ordália do avanço não é leve. (Liber Collegii Sancti)
Estas declarações falam por si só. Mais nada deve ser discutido, como acima aconselhado, pelo Philosophus com seu Dominus Liminis.
Bhakti Yoga
Ele deverá passar exames em Liber CLXXV. (Liber Collegii Sancti)
Instrução e Exame nos Métodos de Meditação por Devoção (Bhakti-Yoga). (Liber XIII)
O Philosophus deve praticar esta forma de yoga ou magia que tem devoção (culto) como seu núcleo. Só é exigido que o Philosophus passe por exame de métodos, e não de resultados, de Bhakti Yoga.
A instrução oficial da A∴A∴ sobre Bhakti Yoga é o Liber 175, chamado Liber Astarte vel Berylli (O Livro de Astarte, ou o Livro do Berilo). Ao contrário da maioria dos textos exclusivamente Orientais sobre o assunto, ele permite a incorporação imediata da habilidade e capacidade consideráveis em magia cerimonial do aspirante, e é um excelente texto especialmente dessa fase preliminar chamada Gauni Bhakti. O Philosophus deve realizar a operação de Liber Astarte.
INTERPRETAÇÃO: Embora o Philosophus só seja examinado em métodos e não em resultados, os resultados provavelmente irão ocorrer se o método estiver correto. Definir Bhakti Yoga como “os Métodos de Meditação por Devoção” é pintar uma imagem pálida de uma paisagem viva e majestosa. Netzach é associada com o fogo, bem como com Vênus; e, longe de ser a afeição plácida que muitas vezes temos ouvido descrito, Bhakti Yoga é uma ardente devoção ao Divino, em geral, na “pessoa” de uma certa divindade que pode ser considerar como o seu “Senhor” ou “Senhora” em particular. Swami Vivekananda citou Narada conforme explica: “Bhakti é o intenso amor por Deus”. Nem é essa devoção apaixonada para os tímidos. Vivekananda continuou:
Os … significa para a consecução do Bhakti-Yoga que é a força. “O Atman não pode ser atingido pelos fracos”, diz o Sruti. Tanto as deficiências físicas quanto as mentais são mencionadas no texto acima. “O forte e destemido”, são os únicos estudantes aptos da religião.
Controle da Ação
Instrução e Exame em Controle da Ação. (Liber XIII)
Além do mais ele deverá alcançar sucesso completo em Liber III, Cap. II. (Liber Collegii Sancti)
A tarefa real é “o controle da ação.” Uma ferramenta que é dada para esta finalidade é a segunda parte de Liber III, isto é, Liber Jugorum.
Construindo a Baqueta Mágica
Além disto, ele deverá construir a Baqueta mágica, de acordo com a instrução em Liber A. (Liber Collegii Sancti)
Além disso, ele corta a Baqueta Mágica. (Liber XIII)
Evocação e Talismãs - O Caminho de Ayin
Ele deverá passar exames em … Construção e Consagração de Talismãs e em Evocação. Todavia nesta matéria ele deverá ser o seu próprio juiz. (Liber 185)
Instrução e Exame em Construção e Consagração de Talismãs, e em Evocação. Teórico e Prático. (Liber XIII)
Dois aspectos da magia cerimonial tradicional deve estar dominados neste ponto: evocação, a construção e consagração de talismãs. O exame é teórico e prático, isto é, o magista não só deve saber fazer e criar talismãs, e como evocar os espíritos, mas na verdade, deve fazê-lo. No entanto (consistente com a maior confiança que é depositada sobre a orientação interna do aspirante neste Grau), o Philosophus é o seu próprio juiz quanto ao sucesso nisto.
Uma Estrela à Vista dá as regras que devem ser utilizadas para avaliar o sucesso:
O poder de fazer e “imantar” talismãs é etstado como se eles fossem instrumentos científicos de precisão, como elas realmente são … na evocação, o espírito chamado deve ser pelo menos tão visívei e tangível quanto os vapores mais pesados.
Não existem instruções oficiais da A∴A∴ especificamente dedicadas a estes temas. O Philosophus terá que consultar a literatura mágica tradicional. No entanto, além dos métodos da Fórmula do Neófito, existem algumas orientações pertinentes nas instruções oficiais:
- A discussão técnica de vários métodos de evocação é dada e Magick em Teoria & Prática, Cap. II.
- Uma discussão sobre os talismãs podem ser encontrados na mesma obra, cap. XVI, Parte II, cap. V, e em Magick Without Tears, Carta 20.
- Um método de evocação especializada é ensinado no documento Classe B Liber 24, De Nuptiis Secretis Deorum cum Hominibus.
- Um exemplo elaborado de evocação cerimonial por Crowley é dado como A Evocação de Bartzabal no The Equinox Nº. 9.
Comentário: ”Um talismã”, escreveu Aleister Crowley em Magick Without Tears, “é um depósito de algum tipo particular de energia, do tipo que é necessário para realizar a tarefa para o qual você o construiu.” Em Magick em Teoria & Prática ele definiu de forma mais simples como “alguma coisa sobre a qual um ato de vontade (isto é, de Magia), foi realizado a fim de ajustá-lo para um propósito.” Falando de modo geral, qualquer objeto pode servir como um talismã, e o aspirante provavelmente terá de compreender nesta luz. No entanto, no sentido clássico tem uma aplicação mais especial, referindo-se a determinados “objetos de poder” criados de acordo com conhecidas fórmulas para ser perfeitamente adaptado para receber sua carga. Exemplos destes, em diferentes formas, podem ser encontrados nas Clavículas e Grandes Chaves de Salomão, e nos escritos de Agrippa, Barrett, Levi, e outros.
A Evocação é mais difícil de definir, simplesmente, porque as definições em conflito são proferidas por diversas autoridades respeitáveis. Em termos simples, este é o método clássico de comércio com essa classe de seres imateriais comumente chamados de “demônios” ou “espíritos”. Alguns sustentam que esses “espíritos” são objetivos, seres distintos. Outros concordam com a opinião de Crowley na época em que editou As Clavículas de Salomão, que “Os espíritos da Goetia são porções do cérebro humano.” Ainda outros, mais familiarizados com psicologias mais recentes, créditam-los como aspectos semi-autônomos do subconsciente. Não assumiremos qualquer obrigação de resolver essas diferenças aqui. O que pode ser dito como um acordo geral é que os “espíritos” em questão são “elementais”, no sentido puro da palavra, isto é, os elementos constitutivos de um microcosmo. Eles são evocados - chamados adiante, ou chamados para fora de si mesmos - enquanto seres Divinos e Arcangélicos são invocados, ou postos em si mesmo, para preencher a si mesmo. Esses espíritos elementares são nativos das partes densas de Yetzirah, beirando a manifestação física, de modo que eles são favorecidos por magistas que aspiram a ter um impacto mágico direto sobre fenômenos físicos.
Meditação - O Caminho de Nun
Além disso, ele deverá aplicar-se a estudar e praticar as meditações dadas em Liber V. (Liber Collegii Sancti)
Ele recebe uma meditação prática sobre os Sentidos, e as Bainhas do Self, e da prática chamada Mahasatipatthana. (Ver The Sword of Song, Ciência e Budismo). (Liber XIII)
Nun. A Preparação do Cadáver para o Túmulo. Liber XXV. (Liber Viarum Viae)
Embora estas citações sejam um pouco obscuras, é perfeitamente claro a que prática estão sendo atribuídas. O método é chamado Mahasatipatthana. É uma aplicação de métodos budistas estruturados de “atenção”, aplicados aos fenômenos do corpo, como a respiração e a caminhada. (As referências a Liber V e Liber XXV, neste caso, referem-se ao ensaio “Ciência & Budismo”, que pode ser encontrado em Collected Works of Aleister Crowley.)
Elevação nos Planos - O Caminho de Samekh
Ele deverá além disso mostrar alguma familiaridade e experiência de Liber O, Caps. V, VI. Do qual seu Registro deverá ser sua testemunha. (Liber Collegii Sancti)
Exame em Elevação nos Planos (Liber O, caps. V, VI). Prático. (Liber XIII)
Samekh. Viagem na Visão do Espírito. ‘A Escada de Jacob. “ Liber O. (Liber Viarum Viae)
A técnica de Elevação nos Planos é descrita em Liber O, Caps. V e VI. Uma discussão mais aprofundada sobre o método é dada em Magick em Teoria & Prática, Cap. XVIII, Cap. III. Conforme afirmado anteriormente, o exame neste método é prático, ou seja, é preciso não apenas estudá-lo, como também fazê-lo! O diário do Philosophus é usado para presenciar a experiência prática, e como a base do sucesso do grau.
Outras Tarefas
O Philosophus deve memorizar um dos sete capítulos de Liber 813. Este é Liber Ararita. Este documento em Classe A é “uma consideração do Hexagrama e o método de redução à Unidade, e mais Além”, de acordo com o Sumário. “Ele descreve em linguagem mágica um processo muito secreto de Iniciação”.
Além de tudo isso, ele deverá fazer reflexões constantes e profundas sobre o Caminho. (Liber Collegii Sancti)
Avaço para Dominus Liminis
A autoridade concede avanço de Philosophus a Dominus Liminis quando a tarefa do Philosophus for satisfatoriamente concluída. Não há tempo mínimo e nenhum ritual de avanço.
“Quando o título de Dominus Liminis é conferido a ele, que regozije-se excedentemente nele; mas acautele-se, pois isto não é nada senão o véu falso da lua que paira sob o Sol”. (Liber Collegii Sancti)
Referências
- The Mystical and Magical System of the A∴A∴, de James Eshelman.