Marcelo Ramos Motta, também conhecido como Frater Adjuvo e Frater Parzifal, nasceu em São Sebastião, RJ. Motta foi o resultado de uma estrita educação militar. Seu pai, Samuel, era espírita kardecista e sua mãe, Elzira, era católica.
Motta se interessou pelo ocultismo ainda novo e começou a ler as obras de Levi, Papus, Blavatsky e outros, aos onze anos de idade. Logo desenvolveu um interesse pelo Rosacrucianismo e afiliou-se à AMORC. Aos 17 anos, deixou a AMORC e afiliou-se à FRA de Krumm-Heller (Fraternitas Rosicruciana Antiqua).
Pouco antes de completar 20 anos, Motta deixou o Brasil para completar seus estudos nos Estados Unidos. Antes de iniciar seu ano letivo, viajou para Portugal, onde encontrou e comprou uma cópia do livro The Great Beast de Symonds, uma biografia de Crowley que ele leu enquanto viajava; essa foi sua primeira introdução a Crowley.
Ainda na Europa, Motta encontrou Parsival Krumm-Heller, filho de Arnold Krumm-Heller, que estava encarregado da Ordem desde o falecimento de seu pai. Foi Krumm-Heller quem introduziu Motta a Karl Germer, e aos 22 anos, Motta se tornaria seu estudante na A∴A∴.
Motta voltou para o Brasil em 1962 e começou a publicar materiais thelêmicos em português. Somente uma publicação de 1931, o “Hino a Pã” de Crowley traduzido por Fernando Pessoa, predata os esforços de Motta em traduzir Crowley para o português. Em 1978, Motta processou Grady McMurtry pelo controle da O.T.O., já que ele acreditava que os direitos autorais teriam sido transferidos para ele com a morte de Germer. O resultado foi que McMurtry recebeu o controle. Ainda assim, Motta continuou com seu trabalho e fundou a Society Ordo Templi Orientis.
Após o seu falecimento em Teresópolis, seus discípulos se dividiram, carregando por si sós o manto de seu trabalho na A∴A∴ e na S.O.T.O. — a influência de Motta ainda é sentida hoje em dia; muitos grupos thelêmicos, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, alegam herdar de seu trabalho.